'fumar mata' mas viver também

hoje nem tempo para escrever devia de ter. mas não sei, acho que preciso de me expressar. tenho uma forte batida dentro de mim, se não quero estar mal quero dançar, aumentar o som da minha música, e dançar, dançar, dançar, tudo sem parar. mas não. não me levantei. os meus olhos começaram a ficar irritados e a barriga doía-me. senti-me frágil, ridícula, inútil. incapaz, fraca.. senti-me uma má pessoa. estava na minha cama, deitada, tinha os pés frio e camisa estava-me pela barriga, o telemóvel tinha caído da cama a baixo e ouvi-o vibrar. pensei, e tentei acreditar, que fosses tu. passou por todo o meu corpo uma forte descarga de energia, levantei-me de repente e segurei no telemóvel. não olhei para ele. virei o ecrã para baixo e deitei-me novamente. se fosses tu, preferia acordar amanhã com uma mensagem tua e se não fosses tu, não seria importante e eu já estaria habituada. como sempre, de phones nos ouvidos. as lágrimas escorriam e eu soluçava. queria, fortemente, alguém perto de mim, e não foste tu quem lá estava. quando acordei, não era tua a mensagem de bom dia, não foste tu quem se preocupou... ou preferiste nem falar?
todos os dias tento passar a pouca força que tenho para os outros, quero mostrar que estou por perto, mas de seguido penso 'afinal que falta faço eu?', nenhuma. preciso de pouco, não peço muito. só quero atenção, sentir-me bem e importante para alguém. neste momento, sei que não faço falta. nem a ti, nem a ninguém. mas e se hoje, ouvisses falar que tinha morrido, atropelada ou de outra forma qualquer? no que vinhas pensar? quantas coisas deixarias por me dizer?
neste momento sou a pessoa mais fraca do mundo, magoa-me andar com um sorriso na cara e custa-me olhar para o espelho todos os dias. dói levantar-me da cama, e ouvir pessoas chamar-me isto ou aquilo por brincadeira, dói fingir, dói não ligar, dói não te ter, dói viver.

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