acabou

acordei com um sol radiante pela janela, e não é a primeira manhã que assim é. sinto o sol escaldar-me a pele, mas não estás do meu lado. perdi um pouco de tudo. da coragem enorme que ainda tinha, da força interior que desconhecia, perdi-te do meu lado, as tuas palavras já nem se dirigem a mim. é com pena e uma certa saudade interior que ainda falo de ti. pensei sinceramente que as coisas tinham mudado, que estavas bem comigo, que me falavas como à um ano atrás, que me ligavas para irmos à praia, que brincavas comigo, que desabafássemos um com outro sem receios, que fossemos os amigos que sempre fomos. se tenho saudades tuas? não sei que responder. por vezes sim, tenho. acabo por sentir a tua falta, como ninguém. mas por outro, não, não tenho. talvez devido ao facto de ter medo. medo de alguma repetição, medo de cometer o mesmo erro duas vezes. eu mudei, tu mudaste, todos mudámos. e isso, nós temos que aceitar, mas acho que nunca a mudança impediu de nos falarmos. a culpa é do verão, ou não. a culpa é tua e minha. minha porque não te compreendo, tua porque não fazes para que te compreenda.

inês rebelo. junho, 2011

fui encontrar este texto hoje, e sabes o que me deixa feliz? apesar de seres quem és para mim, já passou. finalmente.